Livro revela a produção cultural e jornalística de
Patrícia Galvão nos seus últimos anos de vida
Nos anos 50 ela já não mais queria ser chamada
de Pagu. Depois de trocar a militância política pela militância cultural e pelo
jornalismo, Patrícia Galvão chega a Santos (SP) em 1954 para incendiar a cena,
atuando como jornalista em A Tribuna, produzindo peças de teatro e eventos
literários e difundindo a vanguarda. Esta história é contada no livro De Pagu a Patrícia – o último ato (Dobra
Editorial / Fundo de Cultura de Santos), da jornalista e pesquisadora Márcia
Costa, cujo objetivo é revelar a intelectual por trás do mito.
O lançamento será realizado nos dias 05 de
dezembro na Casa das Rosas, em São Paulo, e no dia 08 de dezembro na Pinacoteca
Benedicto Calixto, em Santos, com debates e apresentações artísticas que vão lembrar
a produção jornalística e cultural de Patrícia Galvão, cinquenta anos após sua
morte, em 12 de dezembro de 1962, em Santos.
Não se trata de uma biografia, mas de história cultural. A pesquisa iniciou-se durante o curso
de mestrado (2006-2008) em Comunicação Social da Universidade Metodista de São
Paulo, onde Márcia Costa estudou a coluna Literatura, produzida por Patrícia em
A Tribuna, e se estendeu com o estudo da relação de Patrícia com o teatro,
registrada na coluna Palcos e Atores, e no
levantamento dos fatos históricos que compuseram a cena cultural em Santos e no
Brasil dos anos 50. O projeto do livro foi selecionado pelo Fundo Municipal de
Cultura de Santos, que financia a publicação. A obra tem prefácio do compositor
Gilberto Mendes, amigo de Patrícia, capa produzida pelo artista plástico
Fabrício Lopez (xilogravura) e orelha assinada
pelo escritor Flávio Viegas Amoreira.
Geraldo Ferraz e Patrícia: parceria intelectual e amorosa
(Arquivo Rafael Moraes - Fundação Arquivo e Memória de Santos).
No jornal A Tribuna Patrícia imprimiu
as marcas do seu último ato, onde estão registradas a produção artística da
época sob uma visão moderna e cosmopolita. A análise dos artigos de Patrícia e as
entrevistas com testemunhas de época permitiram a Márcia Costa narrar a força
de Patrícia na luta apaixonada pelo teatro, marcada pela participação na
vitoriosa campanha pela construção do Teatro Municipal, na criação da União de
Teatro Amador de Santos, no apoio à realização de importantes festivais, no
incentivo aos jovens talentos como Plínio Marcos, na formação de grupos
amadores e na divulgação e na produção de peças de vanguarda, como Fando e Lis (Fernando Arrabal), A Filha de Rappaccini (Octavio Paz). “A coluna
Literatura também mostra uma Patrícia antenada com as vanguardas da época, e
serve de guia para se entender a literatura moderna nacional e internacional,
onde ela já destacava autores poucos conhecidos como Clarice Lispector e Fernando
Pessoa, e onde traduziu nomes como Blaise Cendrars, Henry Heine e Paul Valéry”,
diz a autora.
Pelo mundo da cultura – Para escrever suas colunas sobre
literatura e teatro, Patrícia mantinha contato estreito com grandes artistas e
intelectuais do período. No prefácio da obra o compositor Gilberto Mendes lembra
o interesse dela pela Música Nova, produzida por ele e Willy Corrêa de Oliveira
(autor da partitura da peça A Filha de
Rappaccnini). Por meio de visitas, correspondências, entrevistas,
encontros, resenhas ou envio de livros, Márcia traçou um panorama de contatos
de Patrícia Galvão que passava por Sábato Magaldi, Alfredo Mesquita, Jorge
Amado, Carlos Drummond de Andrade, Casais Monteiro, Cacilda Becker, Sérgio
Milliet, Flávio de Carvalho, Lygia Fagundes Telles, Fernando Arrabal, Jean Paul
Sartre, Eugène Ionesco, entre muitos outros citados pela jornalista em a
Tribuna.
O vasto material publicado por
Patrícia no jornal (que então era editado por Geraldo Ferraz, parceiro amoroso
e intelectual) e a sua própria prática no campo cultural se traduzem em
verdadeiras aulas. Ela discutiu o país por meio das vanguardas culturais e
artísticas”, explica a autora. “Aprende-se muito com Patrícia
Galvão, mulher generosa, forte e polivalente, intelectual por vezes ofuscada
pelo mito”.
Geraldo Ferraz e Patrícia em A Tribuna, nos anos 50
(Arquivo Rafael Moraes - Fundação Arquivo e Memória de Santos).
Programação do lançamento
Dia 05 de dezembro, às 19h - Casa das Rosas, em São Paulo
Apresentação do evento: Flávio Viegas Amoreira.
Releitura de um texto jornalístico de Patrícia sobre o teatro com a atriz Marisa Matos.
Debate com Márcia Costa, Geraldo Galvão, Terezinha de Almeida e Sérgio Mamberti (nome a confirmar).
(Endereço: Av. Paulista, 37, Bela Vista).
Apresentação do evento: Flávio Viegas Amoreira.
Releitura de um texto jornalístico de Patrícia sobre o teatro com a atriz Marisa Matos.
Debate com Márcia Costa, Geraldo Galvão, Terezinha de Almeida e Sérgio Mamberti (nome a confirmar).
(Endereço: Av. Paulista, 37, Bela Vista).
08 de dezembro, às 16h - Pinacoteca Benedito Calixto, em Santos
Apresentação do evento: Flávio Viegas Amoreira.
Alice Mesquita (canto)
Performance O Jardim de Patrícia, do Núcleo de Pesquisa do Movimento – Imaginário Coletivo de Arte (com Célia Faustino, Márcio Barreto, Marília Fernandes, Maria Tornatore e Alessandro Atanes).
Debate com Márcia Costa, Geraldo Galvão, Lúcia Teixeira Furlani e Sérgio Mamberti (nome a confirmar).
Tarso Ramos (piano).
(Endereço: Av. Bartolomeu de Gusmão, 15).
Apresentação do evento: Flávio Viegas Amoreira.
Alice Mesquita (canto)
Performance O Jardim de Patrícia, do Núcleo de Pesquisa do Movimento – Imaginário Coletivo de Arte (com Célia Faustino, Márcio Barreto, Marília Fernandes, Maria Tornatore e Alessandro Atanes).
Debate com Márcia Costa, Geraldo Galvão, Lúcia Teixeira Furlani e Sérgio Mamberti (nome a confirmar).
Tarso Ramos (piano).
(Endereço: Av. Bartolomeu de Gusmão, 15).
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