quinta-feira, 22 de novembro de 2012

No círculo do teatro



Odete Lara, José Mauro Vasconcelos e Tônia Carrero em visita a Santos. À esquerda, Maurice Lègeard (de óculos) (Arquivo Cinemateca de Santos)

O Clube de Arte, o Clube de Cinema, a Aliança Francesa e a Rádio Clube eram alguns dos locais em Santos que abrigavam a cena cultural, que reunia nomes como Patrícia Galvão, Plínio Marcos, Sérgio Mamberti, Tereza de Almeida, Cid Marcus, Maurice Lègeard, Carlos Pinto, Júlio Bittencourt e muitos outros.

Com a movimentação dos festivais, a atividade era intensa. Grupos nasciam em clubes – como o Clube de Arte, o Atlético Santista e o Clube XV – em colégios como o Canadá e o São José e em agremiações estudantis como o Centro de Estudantes de Santos (CES). Em 1955 o Teatro Experimental da Juventude tinha como diretor o ator Sérgio Cardoso. As peças circulavam bastante pelo Cine-Teatro Independência, o Clube XV, o Centro Português de Santos, a Rádio Clube e o Coliseu. A falta de remuneração não impedia a ousadia cênica dos amadores, que alimentava o chamado teatro profissional com suas experimentações.

Grandes clássicos e peças de vanguarda chegavam ao público pela primeira vez não só pelas mãos das companhias santistas, mas também pela EAD, pelo Grupo Oficina, pelo Teatro de Arena e pelo TBC, além de grupos de diversas partes do País. A companhia de teatro Maria Della Costa estava sempre em Santos, onde apresentou A Moratória, Mirandolina e O canto da Cotovia. Essa última foi tema de uma entrevista exclusiva de Patrícia à atriz, em 1955: “Maria, diga-me alguma coisa da peça, não faça apenas propaganda, atalho brincando”. Neste mesmo ano a EAD apresentou Esperando Godot, e Dercy Gonçalves arrancou risadas do público com Lucrécia Borja. Em 1956, Bibi Ferreira, de passagem para a Bahia, apresentou-se na cidade, assim como o Teatro de Arena.. Outra presença constante em Santos era a Cia Toni-Celi-Autran. 

Circulando por este meio, seja no jornal, no bar Regina ou nos eventos culturais, Patrícia estava sempre a discutir essa produção, época em que o teatro era uma das suas maiores paixões.

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